Faz hoje 100 anos que a dupla Carlos Viegas Gago Coutinho e Artur de Sacadura Freire Cabral partiu da doca do Bom Sucesso a meio da manhã e amarou na baía do Funchal pelas 17H15, a bordo do hidroavião Felixtowe F-3.
A bordo vinham mais dois tripulantes, o mecânico-chefe Roger Soubiran e, como segundo piloto, o primeiro-tenente Manuel Hortiz Bettencourt.
Esta ligação experimental entre a capital portuguesa e a Madeira, que teve a duração de 7 horas e 30 minutos, visava testar novos instrumentos de navegação aérea e ensaiar a pioneira travessia do Atlântico Sul, que viria a ser comandada por Sacadura Cabral e Gago Coutinho no ano seguinte.
A tripulação foi recebida pelo Capitão do porto e algumas autoridades civis e militares, que acabariam por rebocar a aeronave até à pontinha, com a ajuda da lancha em que seguiam.
Pouco depois, os aviadores dirigiram-se ao Palácio de São Lourenço, onde foram recebidos por António da Cruz Rodrigues dos Santos, Governante Civil da altura.
Procederam-se discursos de homenagem, saudações da multidão que se encontrava fora do palácio e um brinde com champanhe, na sala amarela.
O êxito do 2.º voo Lisboa-Funchal resultou da precisão e rigor dos métodos de navegação astronómica, proporcionados pelos instrumentos de navegação aérea como o Corretor de rumos e a adaptação do Sextante da marinha à navegação aérea (Sextante de horizonte artificial).
Gago Coutinho e Sacadura Cabral são ambos Sócios Honorários do Aero Club de Portugal desde 17 de Maio de 1922.